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Sob o Signo de Euterpe

  • Teatro Aberto Rua Armando Cortez Lisboa, Lisboa, 1070 Portugal (map)

Orquestra Sinfónica Portuguesa

Rita Castro Blanco Direção musical
Isabel Vaz Violoncelo


F. Mendelssohn, Abertura em Dó maior
H. Bosmans, Poème (violoncelo e orquestra)
A. Holmès, La nuit et l’amour (Interlude de L´ode symphonique Ludus pro patria)
L. Boulanger, D’un matin de printemps
V. Kaprálová, Sinfonietta militar
F. Price, Juba dance (4.ª sinfonia)


Apesar de negligenciadas ou ignoradas, as mulheres foram deixando o seu legado ao longo da História da Música. Neste concerto, dão-se a conhecer algumas dessas obstinadas compositoras.

O concerto começa com uma abertura orquestral de Fanny Mendelssohn Hensel (1805-1847). Prodigiosa pianista e compositora, Fanny foi autora da marcha nupcial do seu casamento, e apenas no ano anterior ao da sua morte teve a confiança necessária para publicar a sua música. A Abertura em Dó Maior, composta em 1832, foi dirigida pela compositora, num dos seus concertos privados de domingo, de que Fanny era a anfitriã. 

Filha de um casal de músicos, a compositora e pianista neerlandesa Henriëtte Bosmans (1895-1952) conseguiu estabelecer-se como pianista concertista e de música de câmara, a partir dos anos 20 do século passado. Em 1923, com uma linguagem romântica, compôs o Poème para violoncelo e orquestra, obra inspirada e dedicada ao seu amigo violoncelista Marix Loevensohn.

Augusta Holmès (1847-1903) foi uma carismática compositora e pedagoga francesa, de ascendência irlandesa. Apelidada de «Musa de França» por Saint-Säens, dedicou boa parte da sua produção musical à temática nacionalista. Inspirada pela pintura de Pierre Puvis de Chavannes intitulada Ludus pro patria (jogos patrióticos), que representa atletas a atirar a lança, Holmés compôs uma obra com o mesmo nome. La nuit et l’amour é o 2.º dos 5 andamentos desta ode sinfónica romântica.

O incomensurável talento musical de Lili Boulanger (1893-1918) ficou claro quando tinha apenas dois anos de idade, altura em que uma pneumonia lhe deixou sequelas para o resto da sua curta vida. A jovem francesa fez história ao ser a primeira mulher a conquistar o prestigiado Prix de Rome, em 1913. D’un matin de Printemps é uma curta e brilhante obra para violino e piano, que Lili compôs na Primavera de 1917, e que orquestrou no início de 1918, semanas antes de morrer. 

Incentivada pelo pai, o compositor Václav Kaprál, a compositora e maestro checa Vítězslava Kaprálová (1915-1940) começou a escrever música com apenas nove anos de idade. A boa prestação no Conservatório de Praga fê-la conquistar uma bolsa do Estado francês, mudando-se para Paris em 1937, onde estudou direção com Charles Münch e composição com o seu conterrâneo Bohuslav Martinů. Em 1938, em Londres, obteve enorme sucesso com a sua Sinfonieta Militar, dirigindo a Orquestra Sinfónica da BBC.  

A compositora e pedagoga Florence Price (1887-1953) foi a primeira mulher afro-americana a granjear sucesso na área da música sinfónica. Diplomada em órgão e piano no Conservatório de New England, Boston, mudou-se para Chicago para escapar à opressão racial. Em 1933, a renomada Orquestra Sinfónica de Chicago estreou a sua premiada 1.ª sinfonia. Price inclui a cultura afro americana na sua música, como é o caso de Juba Dance, 3.º andamento da sua 4.ª sinfonia. A dança Juba foi levada para os EUA pelos escravos negros, que usavam o próprio corpo para fazer música.

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